então eu fui descobrindo, assim, aos poucos, que não adianta, não adianta nada pensar que não, a gente vai ficando cada vez mais solto, a gente vai ficando cada vez mais sozinho, a gente vai ficando, quando resolve partir.
brasília, 13 de dezembro de 2024 cacaramujo: já começo essa carta sorrindo porque me dei conta de que eu queria ter te chamado de cacaracol , mas cacaramujo se antecipou e pareceu bonito. logo pensei que manoel já deveria ter dito algo sobre caramujos e ligeiro encontrei esse poema : "h á um comportamento de eternidade nos caramujos. para subir os barrancos de um rio, eles percorrem um dia inteiro até chegar amanhã. o próprio anoitecer faz parte de haver beleza nos caramujos. eles carregam com paciência o início do mundo. no geral os caramujos têm uma voz desconformada por dentro. talvez porque tenham a boca trôpega. suas verdades podem não ser. desde quando a infância nos praticava na beira do rio nunca mais deixei de saber que esses pequenos moluscos ajudam as árvores a crescer. e achei que esta história só caberia no impossível. mas não; ela cabe aqui também." "achei que essa história só caberia no impossível" faz tempo que não escrevo uma carta, me perdoe, e...
Só se deveria partir quando se tem um motivo pra voltar...
ResponderExcluira gente sabe, descobre, e depois sempre esqueçe: viver é sozinho. mas é só pra lembrar e redescobrir tudo de novo, e de novo.
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