é noite e a lua cresce do lado de fora, não tão depressa como minha saudade, mas tão bonita. hoje tomei banho quente, o segundo do ano, abracei meu corpo e inventei seus cabelos em frente aos meus olhos, como se. tenho frio debaixo do sol. quando gela a saudade rasga, estou cheia de marcas pelo corpo. minto que me espera com o lado da cama quente e seu sorriso de espantar tristeza, minto que te desejo mulher porque não posso gritar pra mim mesma que estou vazia, eu sou vazia, estou, e isso já faz tanto tempo. então abraça minha mentira que eu continuo inventando sonhos com você que me espera com o lado da cama quente e seu sorriso.
brasília, 13 de dezembro de 2024 cacaramujo: já começo essa carta sorrindo porque me dei conta de que eu queria ter te chamado de cacaracol , mas cacaramujo se antecipou e pareceu bonito. logo pensei que manoel já deveria ter dito algo sobre caramujos e ligeiro encontrei esse poema : "h á um comportamento de eternidade nos caramujos. para subir os barrancos de um rio, eles percorrem um dia inteiro até chegar amanhã. o próprio anoitecer faz parte de haver beleza nos caramujos. eles carregam com paciência o início do mundo. no geral os caramujos têm uma voz desconformada por dentro. talvez porque tenham a boca trôpega. suas verdades podem não ser. desde quando a infância nos praticava na beira do rio nunca mais deixei de saber que esses pequenos moluscos ajudam as árvores a crescer. e achei que esta história só caberia no impossível. mas não; ela cabe aqui também." "achei que essa história só caberia no impossível" faz tempo que não escrevo uma carta, me perdoe, e...
"seu sorriso derretia satélites"
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